terça-feira, 20 de agosto de 2013

Participação


A Associação " Grupo Serpenses no Mundo” tem a honra de participar a todos os Serpenses, a tomada de posse dos seus Corpos Sociais, que terá lugar na Assembleia Geral, a realizar no próximo dia 24 de Agosto, pelas 15,00 horas nas instalações da Junta de Freguesia de S. Salvador.
                                                                                 P'  Direcção

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Guadiana

Guadiana
tu que nasces em Espanha
como o teu irmão o Tejo
fazes preza tamanha,
ao regares o Alentejo

Guadiana assim és tu
um rio que muito me enleva
e encheste duma vez
a barragem do Alqueva

Os caminhos que percorres,
sinuosos ou planos,
dizem-me que não morres
garantem nossos Hermanos.

Por Serpa também tu passas
Lugar bonito alguém disse
do meu país lindas praças
e da minha meninice.

Tantas já são as saudades
de banhar-me no teu leito
aumentam-me as saudades
que guardo dentro do peito

JRRF

domingo, 18 de agosto de 2013

Serpa nas palavras de Saramago - in Viagem a Portugal

O viajante dormirá neste sitio de S. Gens, perto de Serpa. Há, aqui para trás, uma Ermida de Nossa Senhora de Guadalupe. O que tem pra ver, vê-se por fora. Não é como a paisagem que diante dos olhos do viajante se alonga. Essa quer que a vejam por dentro. É uma distância de árvores e colinas quase rasas, simples cômoros que se confundem com a planície. Já se pôs o Sol, mas a planície não se apaga. Cobre o campo uma cinza dourada, depois empalidece o ouro, a noite vem devagarinho do outro lado, acendendo as estrelas. Chegará mais tarde a Lua, e os mochos chamarão uns pelos outros. O Viajante, diante do que vê, sente vontade de chorar. Talvez tenha pena de si mesmo, desgosto de não ser capaz de dizer em palavras o que esta paisagem é. E diz apenas assim: esta é a noite em que o mundo pode começar.  
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Quando o viajante acordou e abriu a janela do quarto, o mundo estava criado. Era cedo, ainda vinha longe o Sol. Nenhum lugar pode ser mais serenamente belo, nenhum o será com meios mais comuns, terra larga, árvores, silêncio. O viajante tendo assim estas coisas estimado com o seu saber de muita experiência feito, pôs-se à espera de que o Sol nascesse. Assistiu a tudo, à transformação da luz, à invenção da primeira sombra e do canto da primeira ave, e foi o primeiro a ouvir uma voz de mulher, vinda do invisível, dizendo esta frase simples: «Vai estar outro dia de calor.» Proféticas palavras, como o viajante viria a saber à sua custa.